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domingo, 4 de setembro de 2011

Aula 30/08/11


Neste dia, a professora Alessandra fez uma dinâmica para aquecer seus alunos. Todos de pé, em círculo, deram-se os braços e realizaram uma coreografia simples ao som da cantiga de roda ‘Escravos de Jó’. Particularmente não fico muito confortável com dinâmicas assim, mas confesso que funcionou como warm-up.
Depois deste aquecimento, a professora nos disse o tema da aula ‘Saberes docentes’, e perguntou sobre a leitura do livro ‘Pedagogia da autonomia’ de Paulo Freire, que deveria ter sido feita em casa, porém a maioria dos alunos não fez a leitura, no meu caso, não me lembrava deste comando, por isso não li. Mas já reparei este equívoco.
Por causa da leitura não realizada, a professora – sabiamente – retirou seu plano B da manga e exibiu um vídeo ‘Paulo Freire: uma biografia’ (acho que era esse o nome) de Moacir Gadotti (org.). Assim, foi possível embasar uma discussão.
Antes da exibição do filme, a professora solicitou que disséssemos palavras associadas à palavra ‘SABER’ relacionada ao papel do docente. Foram listadas as palavras:

TRANSFERIR
RELATIVIZAR
CONCEITUAR
SER AMÁVEL
FACILITAR
TER POSTURA
OUVIR
CRIAR
RESPEITAR
CRITICAR
SER ASSÍDUO
SER COMPROMETIDO
COMUNICAR/FALAR
ORGANIZAR

Após o vídeo que mostrava o educador como pessoa comprometida social e politicamente em seu papel profissional, a lista acima se modificou:  

TRANSFERIR – substituído por INTERMEDIAR
RELATIVIZAR
CONCEITUAR
SER AMÁVEL
FACILITAR
TER POSTURA
OUVIR – acrescido de DAR VOZ
CRIAR
RESPEITAR
CRITICAR
SER ASSÍDUO
SER COMPROMETIDO
COMUNICAR/FALAR
ORGANIZAR
SEDUZIR
RELACIONAR/INTERLIGAR CONTEÚDOS
SABER DIALOGAR
(RE) CONSTRUIR
DEMOCRATIZAR
REFLETIR

Na sala, desta vez as discussões não encontraram um equilíbrio, pois duas alunas declaram sua simpatia aos métodos mais tradicionais de ensino, houve até uma terceira aluna – opositora à ideia daquelas – que se emocionou durante esta discussão. Parece-me que nossos argumentos não as convenceram ainda (ou nunca convencerá) da necessidade da humanização do olhar do docente para o discente, mas também para a luta (Paulo Freire quem reflete sobre isso) contra o sistema errado e cruel ao qual são submetidos os profissionais de educação.
           
Verdadeiramente não podemos negar, assim como apresentado no vídeo e acima listado, que os educadores devem agregar tais qualidades, mas – outras angústias – estou querendo encontrar na lista e nos depoimentos – de educadores muito bem sucedidos – exibidos no vídeo, o que fazer com questões comuns à natureza humana: tristezas, opressões, TPMs, frustrações, etc. Enxergo nesse ser, constituído de tantas qualidades generosas e altruístas, uma entidade divinizada; até possível, mas muito ideal. E como última angústia, pergunto-me qual seria o papel do discente? Como seria a lista contendo suas responsabilidades para com seus educadores, escola, enfim, seus estudos. Quais responsabilidades seriam atribuídas a estes queridos frágeis (porque não podem ser frustrados, embora a psicologia refute esta ideia: frustração = sempre coisa ruim), que precisam de atenção, compreensão, amor, dedicação, MAS, nenhum comprometimento, nem responsabilidades, nem zelo pelo patrimônio público, e principalmente, sem respeito pelo outro, e sem igual responsabilidade de amar o profissional – bom ou ruim – que lhe presta um serviço (capitalista demais, eu sei, mas “real”, não? Esta é a relação vigente mais comum nesta e outras relações), e que age – pelo menos nos primeiros anos de profissão – em nome de uma “coisa maior”, e quase sempre – ou sempre mesmo – imbuído das melhores intenções.
Então penso no verso do poema, que acho que é do Chico Buarque, e nem sei o nome também:

“(...) se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto (...)”
           
             Infelizmente, não posso aprofundar tanto quanto gostaria minhas ideias, pois preciso ser sucinto (como esta ferramenta, o blog, exige), mas creio ter alcançado aqui meu objetivo: expor ideias. Eu, como disse anteriormente, uso este espaço, não a sala, para expressar minhas reflexões e angústias, e estas encerram por aqui.

Atenciosamente, Rodrigo


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