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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Aula 27/09/11


Humor&Reflexão

   
        Não tivemos aula...  a professora viajou a trabalho  

domingo, 25 de setembro de 2011

Aula 20/09/11

      A professora Alessandra se atrasou um pouco neste dia, porque está coordenando um evento que não lembro agora qual é. Enfim, ela se atrasou, e, como anteriormente combinado pela sala para os que se atrasam ou faltam, deverá pagar uma prenda, no caso da Alessandra, ela trará pão de queijo para todos. Neste dia, por exemplo, um aluno (desculpe, mas não lembro o nome) trouxe laranjas do interior onde mora (eu acho) como pagamento pelo seu atrasado na aula anterior..

    O primeiro movimento nesta aula foi uma dinâmica sugerida pela Alessandra, chamada de ‘jogo do nó’. Ela nos contou sua experiência com o jogo, realizado por ela e os colegas, quando estudava no CEFET, com a função de aliviar o estresse. Veja o vídeo - retirado do youtube - para ver como funciona.



                                          
                       Em nossa sala foram formados dois grandes grupos, depois de montarmos o nó, começamos a tentar desatá-lo. Um dos grupos rapidamente o fez, mas o grupo ao qual eu pertencia não obteve sucesso. Eu também já conhecia este jogo, porque certa vez fiz uma terapia de grupo, e a terapeuta utilizou esta “brincadeira” conosco. Como já falei anteriormente, não costumo falar em sala de aula, mas vejam, tentei sugerir uma organização para o tal nó humano. Isso porque pela orientação da Alessandra, o nó deveria ser montado (conscientemente); mas sob a orientação da terapeuta, deveríamos memorizar quem estava à direita, e quem estava à esquerda, andamos (de mãos soltas) pelo espaço e, dado certo comando, paramos e nos ligamos outra vez aos vizinhos corretos (direita e esquerda), assim por este viés, o nó se forma, surge.

Enfim, a professora não aceitou esta lógica, talvez porque ‘memorizar’ seja violento (será, Lu?) – rs. O fato é que, enquanto eu procurava pelo vídeo (acima), encontrei um site que descreve o jogo: função e realização, e vejam senhoras e senhoras, não é que eu (e a terapeuta - rs) estava certo em minha sugestão - rs? Grifo meu.

‘OBJECTIVO GERAL: Estímulo ao raciocínio e ao trabalho em equipa OBJECTIVO ESPECÍFICO: Desmanchar um nó feito com pessoas. MATERIAL: Nenhum. COMO APLICAR: -Todos os participantes formam um círculo dando as mãos. Cada um verifica quem está à sua direita e à sua esquerda. Isto é muito importante, pois pode haver confusão depois, portanto, peça que cada um fale alto para si e para os outros: “João está à minha direita e Ana, à minha esquerda”, etc. - Diga para soltarem as mãos e caminharem pelo espaço, aleatoriamente, até ouvirem um sinal (palma ou assobio). Ao ouvi-lo, todos param EXACTAMENTE ONDE ESTÃO. - Agora, sem sair de suas posições, deverão dar sua mão direita para quem estava à sua direita e sua mão esquerda para quem estava à esquerda. Vai se formar um nó de pessoas, e deverá ser desfeito, voltando o círculo à posição inicial, sem que ninguém solte as mãos.’


Fonte: não vi nome de autor para o texto acima, mas segue o link.  Jogo do nó humano. Disponível em:
  
            Realizada desta maneira, o nó SEMPRE desatará. É claro que houve leitura de grupo após o exercício.  Ah, lembrando que – como dito em outra postagem – não fico muito confortável com este tipo de atividade em sala.


           O segundo passo neste dia foi a entrega dos memoriais (física ou virtualmente (MOODLE)), uma das ferramentas avaliativas da disciplina. O tema do memorial é o resgate do nosso processo de formação escolar. A professora nos orientou sobre o valor atual dos memoriais para, por exemplo, ingressar em projetos, vagas de professores (UFBA), etc. Entreguei o meu memorial impresso e no prazo. Depois o grupo falou sobre a experiência de escrever sobre esta fase da vida, e foi muito interessante como muitos ficaram verdadeiramente mexidos com as lembranças que relataram no trabalho. Abaixo segue alguns links deste exercício com o já estudado até agora:

AUTO-CONHECIMENTO e CRÍTICA – pareceu-me unânime a conscientização do grupo para o valor da crítica no processo de ensino. Olhando para trás, ninguém ficou passivo diante de suas lembranças, e, certamente, utilizaram destas reflexões como espelho para suas próprias práticas futuras (ou atuais) de ensino.

NÃO REPLICAR ERROS – outro ponto unânime. Não replicar os erros cometidos por nossos educadores, uma vez que cada um reconheceu a marca deixada por uma boa ou má influência daqueles sobre nossas vidas.

IDEIA DO PROFESSOR AUTÊNTICO (Paulo Freire e Luckesi) – parece que na grande maioria dos relatos (orais em sala), foi este tipo de profissional que mais marcou positivamente cada relator. Ou seja, os professores comprometidos tanto consigo (ideologias), quanto com os seus alunos (seduzir e guiar), embora em menor número nos relatos (nos orais pelo menos), parecem que estão por aí.
         
            O meu trabalho – confesso – também foi prazeroso de fazer, mas não fui tão profundamente tocado pelas minhas lembranças, talvez porque tenho o hábito de reler minhas impressões do passado, além de não deixar arestas por aparar. Fui educado – quase sempre – pelo método tradicional, mas – fora o “saco cheio” para aqueles estudos – agradeço aos depósitos (educação bancária). Sinto que, na maioria das vezes, sou correspondido pelos conteúdos que aprendi, decorei, que fui avaliado, enfim, tendo sido agressivo ou não, quando preciso das informações para alguma prática, tenho obtido resultados satisfatórios.   

             Bem, aqui encerro por hoje. Deixo abaixo as orientações da professora da aula seguinte, como prévia temática da próxima postagem:

Dia 27/09/11 – não haverá aula, porque a professora viajará para um encontro de educadores, algo vinculado à FACED, não lembro o que é.

Dia 04/10/11 – leitura do texto ‘Tendências Pedagógicas’ do professor Cipriano Luckesi. Eu já li, e gostei muito, achei muito elucidativo. Estou empolgado para falar do tema.

Como não haverá aula, os grupos das oficinas deverão, nesta semana, assistir a uma aula numa escola, pública de preferência, e emotivamente conectada conosco. Vamos fazer um roteiro para analisar a aula que vamos observar, dentro dos temas das oficinas (e já estudados também), no meu caso ‘interdisciplinaridade’.

Atenciosamente,
Rodrigo Lapa 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Recreio

Oi, estas postagens chamadas de 'Recreio" , serão aquelas postadas num intervalo entre uma aula e outra. Vou utilizá-las como reforço das discussões até agora pontuadas aqui, seja por mim, ou pelos que participam.

Nesta inauguração, postarei um dos comentários que recebi, porque sei que a maioria das pessoas não acessam os comentários dos blogs, que achei muitíssimo interessante. Quem postou este comentário foi um membro do meu blog chamada Lu. Com incrível poder de síntese, ela falou tudo o que eu - prolixamente - venho tentando dizer...

"Às vezes tenho a impressão de que o professor tem que ser místico. Acho que é isso que as pessoas esperam: um ser místico capaz de, como um médico, “apalpar” os miolos de uma pessoa, diagnosticar seus anseios intelectuais, seus saberes já existentes, suas lacunas (tomara que a minha coordenadora não saiba que eu penso que o aluno tem lacunas em sua cabeça) e, com muita sensibilidade e amor, comece um tratamento feito sob medida para aquele ser. Um tratamento indolor, sem contra-indicações que não prive em nada o paciente-aluno dos seus interesses pessoais. Ah! Quase esqueci. Esse tratamento não pode ter exigências, nem recomendações, nem horários, caso contrário, já é violento. Afinal de contas educar é um ato de amor (mas tem que ser amor incondicional!)."


Concordo. Tenho a mesma impressão sobre os estudos desenvolvidos (academia) para área de Educação de uns tempos para cá. Mas sinto que meus conhecimentos tem (não consigo me acostumar com 'eles tem', ao invés de 'eles têm') crescido muito acerca destas acepções do 'pensar o ensino', e até já me encontrei numa tendência. Isso quer dizer que, mesmo compreendendo a necessidade da mudança, percebo que é como se escolhe, e o que se escolhe como diretriz que nos angustia assim, Lu. Não é que não podemos amá-los, mas é que estão anulando - erradamente - a importância da frustração, da angústia, da ruptura (embora falem de ruptura em outro âmbito), ou seja, estão ignorando a importância dos nossos sentimentos não-cristãos (ou cristianizados), para a formação de gente mais "in natura", humanos humanizados,  compreende?    
Às vezes penso que o Secretário de educação de Salvador põe diferentes propostas educativas (que prestigiem o modelo comentado na citação acima) numa caixa, sacode e sorteia. A sorteada é, então, a moda da vez. Nunca se conclui, nem se soluciona problema algum.


Bem,  o 'Recreio' fica por aqui , espero que gostem...


Atenciosamente, Rodrigo  



Para divertir um pouco destas tensões todas...afinal, é o recreio!!!!






Aula 13/09/11

Então. De volta ao blog para comentar a aula do referido dia, mas antes agradecer aos comentários postados pelos membros, ou não, do blog. Valeu! Nesta aula assistimos ao filme ‘Quase deuses’, segue a ficha técnica para os interessados.

Ficha Técnica
título original:Something the Lord Made
gênero:Drama
duração:1 hr 50 min
ano de lançamento: 2004
estúdio: HBO / Nina Saxon Film Design
distribuidora: HBO
direção: Joseph Sargent
roteiro: Peter Silverman e Robert Caswell
produção: Mike Drake e Julian Krainin
música: Christopher Young
fotografia: Donald M. Morgan
direção de arte: Halina Gebarowicz
figurino: Karyn Wagner
edição: Michael Brown
efeitos especiais:Digiscope

            Agora segue um resumo, retirado da resenha de um site chamado ‘Café com filosofia’, escrita pelo licenciado em filosofia Erisvaldo Correia. Estou utilizando, como dito, somente a parte do resumo, sem a parte da crítica por questões do tamanho do texto. Também quero explicitar que eu interferi, apagando algumas partes, pelo mesmo motivo citado. Para aqueles que quiserem ver a resenha na íntegra, segue ao final do resumo o hiperlink do site. Este resumo foi postado, para que aqueles que não assistiram ao filme possam saber do que trata sua trama.   

Resumo

“O filme Quase Deuses narra a história real (BASEADO na vida real, pois nenhum filme, ou obra de ficção, narra a 'vida real' - grifo meu)de Vivien Thomas (1910-1985), um afro-americano e do Dr. Alfred Blalock (1899 – 1964). O foco deste filme é a narrativa da Segregação Racial. Nos EUA daquela época, os negros eram discriminados, separados como raça inferior.
Vivien Thomas era um jovem carpinteiro da cidade de Nashville no ano de 1930. Ele é demitido quando chega a Grande Depressão. Ele consegue um emprego para ser zelador no Laboratório de Cirurgias Experimentais Vanderbilt. Lá ele começa trabalhar para o Dr. Alfred que logo vê nele uma pessoa de grande talento.
Ao lado do grande Dr. Alfred, Vivien tem a chance aprender muitas coisas. Pesquisas e experimentos são realizados pelos dois trazendo grandes resultados.
A história avança e por volta do ano de 1945 o Dr. Alfred Blalock se torna o novo presidente e chefe do departamento de cirurgias do Hospital Universitário John Hopkins. É claro que Vivien vai junto com o Dr. Alfred para auxiliá-lo nos laboratórios. Logo o Dr. Alfred assume a missão de pesquisar uma solução para uma doença conhecida como o caso do Bebê Azul, manifestada por um problema cardíaco. 
Juntos eles mudaram o rumo da medicina. Juntos eles desenvolveram um grande feito. Mas a critica do filme gira em torno do fato de que apenas o Dr. Alfred ficou com os créditos. Para o resto da sociedade Vivien Thomas não era médico. Vivien consegue de certa forma seu reconhecimento. Os anos passam e ele se torna o Diretor de Laboratórios do Hospital.” (Erisvaldo Correia)

CAFÉ com filosofia. Quase deuses. Resenha de Erisvaldo Correia. Disponível em:

             Após a exibição do filme, fomos agrupados para as discussões. Nós temos um grupo fixo que servirá para outras atividades durante todo o curso. E foi este grupo que trocou leituras, em um primeiro momento entre seus membros, em um segundo momento com auxílio da nossa professora Alessandra (somente nós e ela). Ah, o grupo (grupo 2) ao qual pertenço é formado pelos graduandos em Dança: Milane, Michelle e Jorge (Oi, Gente!). Faremos no futuro uma oficina com o tema interdisciplinaridade.
            Como sou da área de Letras, fiz uma leitura muito focada na linguagem, no discurso por trás do discurso, nos símbolos, é um meio que um vício da área, mas percebi que este caminho não era muito pertinente à matéria, então, somente após a direção de leitura feita com o auxílio da Alessandra, eu foquei. Então meus comentários estão neste foco...
            A trajetória de aprendizagem da personagem Vivien traz questões relativas principalmente: ao papel do professor-aluno (e sua inversão), oportunidade, acesso, inclusão...enfim, alguns importantes tópicos tratados até aqui nas discussões da nossa disciplina EDCA11.
              Protegido pela ‘Tendência progressista libertária’ de educação (porque não quero fazer este trabalho agora), confesso que não estou muito estimulado para análises sobre o filme, portanto vou – em tópicos – descrever algumas ideias centrais que eu trataria, se eu fosse tomado por esta discussão. Ah, falaremos aquela e outras tendências mais adiante, porque discuti-las me parece – pelo menos agora – mais estimulante. Voltando aos tópicos:

1) Destacar a ‘trajetória’ do protagonista na aquisição do saber científico aplicado à Medicina: não submisso, curioso, estudioso...;

2) Lugar de aprendizagem: bastidores do centros acadêmicos, ambiente, interno e externo, hostil;

3) Aprendizado só ocorre, com sucesso, devido – primeiramente – ao interesse do protagonista pela disciplina;

4) Algumas angústias: por que o médico (professor-educador) não custeou a faculdade para o protagonista? Por que não melhorou efetivamente (capitalistamente) seu padrão de vida, para facilitar seu (Vivien) percurso na aprendizagem? Altruísta, educador, ou caridoso? 

5) O aprendiz busca reconhecimento – lembrar sempre disso em sala de aula

            Bem, estes são alguns tópicos que eu discutiria sobre o filme. Mas penso que aproveitamos em sala, essa e muitas outras acepções dentro da trama, isso porque num terceiro momento, a professora dissolveu os grupos para compartilharmos nossas impressões com todos. Assim, penso que cumprimos a proposta com o filme, mas que como disse anteriormente, não considerei - isso é só uma opinião - um dos mais interessantes temas que a disciplina proporcionou e proporcionará, aí não quero me alongar no tema.  Por isso...vou ficando por aqui...

Atenciosamente,

   Rodrigo Lapa



                      Ah, peguei essa foto lá na resenha do Erisvaldo Correia (só para referência mesmo)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Aula 06/09/11

                         Não fui à aula neste dia, porque PRECISEI trabalhar.


  Porém li os textos sugeridos para os debates nesta terça (6/09/11). Embora eu saiba que a minha ausência nessa discussão compromete (para mim mesmo) um desenvolvimento mais pertinente e/ou rico (pelas várias leituras ocorridas, suponho) dos temas textuais, vou me aventurar e expor algumas das minhas leituras, tentando manter uma coerência ao já estudado até aqui.


Os textos foram: ‘Pedagogia da autonomia’ de Paulo Freire e ‘O papel da Didática na formação do Educador’ de Cipriano Luckesi.

Meus comentários serão gerais, pois os textos dialogam muito intimamente, especialmente no que se refere ao papel do educador (exercício de sua função) enquanto “ser humano envolvido em sua prática histórica transformadora” (LUCHESI, 1996).

           Acho que para encurtar meu texto – ouvi dizer que esta é a linguagem dos blogs – vou logo compartilhar minhas angústias. A primeira seria simples de resolver com uma pesquisa, porém na “net” eu não consegui achar: o professor Paulo Freire era cristão? Marxista já sabemos, mas senti um forte apelo cristão quando ele se refere ao “ser humano”, “gente”... há o vídeo (ver abaixo) em que ele confere esta proximidade Cristo-Marx. Tenho problemas com o cristianismo (e quem fala em nome dele) de um modo geral e bem particular, isso comprometeria as minhas perspectivas na discussão e realização daqueles exemplos “humanos” sugeridos pelo professor. Para mim nenhuma das invenções humanas foi mais sectária do que as criadas pelo/para os Humanos (que creem) falarem – com seus livros (???? rs) – em nome de Deus, Cristo, Alah, e sei lá quantos mais... sendo assim, para não falar bobagem, vou esperar esta resposta para tentar entender o que seria minha primeira angústia...ah, e é claro, tenho que ler a biografia do professor.

          Dá-se agora, em mim, uma concordância total do que foi sugerido nos textos, porém (sempre há um ‘porém’) outra angústia se deu no que concerne à ideologia necessária ao exercício da função de educador. E até é possível, de certa forma, “linkar” esta angústia à anterior. Enfim, você foca no ‘APRENDIZADO’ e ‘APRENDE’, aliando-se à ‘CURIOSIDADE’, ‘COMPROMETE-SE’, ‘CONTEXTUALIZA', mas quando o papo é ‘IDEOLOGIA’ temos que concordar que certos tópicos ainda são tabus nas relações sociais mesmo do século XXI, e fugir disto pode ser perigoso. Digo perigoso fisicamente falando, há relatos de agressões dos pais contra professores por motivos ideológicos. O fato é que enquanto for Ideologia da Entidade Educação (estas discussões, nossas aulas, nossas esperanças e questionamentos, ou como abordadas nos textos, por exemplo), tudo bem. O que me questiono é: quem será capaz ou capacitado (pela Didática, inclusive) para a isenção das próprias ideologias, pensando tão especificamente, ou somente no educar? Principalmente quando essas ideologias de natureza mais idiossincrática são rupturas, ou problematizações dos discursos hegemônicos. Ações politicamente corretas, ainda que comprometidas com a educação, se isto é possível de funcionar pelo viés de nossos estudos até aqui, somente  nos guiam (historicamente) ao que é pertinente educar. 

Por exemplo:

Poderia um professor de inglês perguntar a um(a) aluno(a) já consciente e realizado(a) em sua homo-afetividade, ou mesmo aparente (neste caso há ressalvas) – naturalmente, sem alardes – “Do you have a boyfriend?”  Ou “Do you have a girfriend?”. Justamente por que o respeita em sua CONDIÇÃO afetiva? A priori, em nossa atual mentalidade, a resposta ainda é NÃO. Como atingir aqueles ideais propostos?

           Pensemos agora neste outro exemplo: a questão Cristo X Candomblé. Nenhuma educadora sugere, porque não pode: "vamos todos - hoje - cantar para  saldar Xangô?", mas sem medo de arriscar diria: "vamos rezar o Pai-nosso antes da merenda, turma?". Poderiam os alunos de uma escola pública (ou particular) - se fossem do candomblé - arriar um ebó nas dependências do colégio? Mas podem os alunos ligados ao cristianismo - sem nenhuma repressão - louvar na hora do recreio, bem alto, sugerir conversões, ou anunciar as suas tão aguardadas catástrofes? Podem. Haveria a realização do Estado laico neste sentido? IDEOLOGIA: justiça - se um não pode, o outro também não pode; se um pode em hipótese, o outro também só pode em hipótese. Mas não é assim que vem acontecendo!

Enfim, angústias louca e resumidamente expostas; fico por aqui. A questão da  IDEOLOGIA que é consistentemente a minha angústia, ainda que pense ter compreendido sua acepção nos textos lidos, e concordado mesmo, o problema é que no meu recorte não encontro luz....mas estou aceitando alguma, nem que seja de uma vela, emprestada (rs).

Atenciosamente,
Rodrigo Lapa 




Cipriano Luckesi

domingo, 4 de setembro de 2011

Aula 30/08/11


Neste dia, a professora Alessandra fez uma dinâmica para aquecer seus alunos. Todos de pé, em círculo, deram-se os braços e realizaram uma coreografia simples ao som da cantiga de roda ‘Escravos de Jó’. Particularmente não fico muito confortável com dinâmicas assim, mas confesso que funcionou como warm-up.
Depois deste aquecimento, a professora nos disse o tema da aula ‘Saberes docentes’, e perguntou sobre a leitura do livro ‘Pedagogia da autonomia’ de Paulo Freire, que deveria ter sido feita em casa, porém a maioria dos alunos não fez a leitura, no meu caso, não me lembrava deste comando, por isso não li. Mas já reparei este equívoco.
Por causa da leitura não realizada, a professora – sabiamente – retirou seu plano B da manga e exibiu um vídeo ‘Paulo Freire: uma biografia’ (acho que era esse o nome) de Moacir Gadotti (org.). Assim, foi possível embasar uma discussão.
Antes da exibição do filme, a professora solicitou que disséssemos palavras associadas à palavra ‘SABER’ relacionada ao papel do docente. Foram listadas as palavras:

TRANSFERIR
RELATIVIZAR
CONCEITUAR
SER AMÁVEL
FACILITAR
TER POSTURA
OUVIR
CRIAR
RESPEITAR
CRITICAR
SER ASSÍDUO
SER COMPROMETIDO
COMUNICAR/FALAR
ORGANIZAR

Após o vídeo que mostrava o educador como pessoa comprometida social e politicamente em seu papel profissional, a lista acima se modificou:  

TRANSFERIR – substituído por INTERMEDIAR
RELATIVIZAR
CONCEITUAR
SER AMÁVEL
FACILITAR
TER POSTURA
OUVIR – acrescido de DAR VOZ
CRIAR
RESPEITAR
CRITICAR
SER ASSÍDUO
SER COMPROMETIDO
COMUNICAR/FALAR
ORGANIZAR
SEDUZIR
RELACIONAR/INTERLIGAR CONTEÚDOS
SABER DIALOGAR
(RE) CONSTRUIR
DEMOCRATIZAR
REFLETIR

Na sala, desta vez as discussões não encontraram um equilíbrio, pois duas alunas declaram sua simpatia aos métodos mais tradicionais de ensino, houve até uma terceira aluna – opositora à ideia daquelas – que se emocionou durante esta discussão. Parece-me que nossos argumentos não as convenceram ainda (ou nunca convencerá) da necessidade da humanização do olhar do docente para o discente, mas também para a luta (Paulo Freire quem reflete sobre isso) contra o sistema errado e cruel ao qual são submetidos os profissionais de educação.
           
Verdadeiramente não podemos negar, assim como apresentado no vídeo e acima listado, que os educadores devem agregar tais qualidades, mas – outras angústias – estou querendo encontrar na lista e nos depoimentos – de educadores muito bem sucedidos – exibidos no vídeo, o que fazer com questões comuns à natureza humana: tristezas, opressões, TPMs, frustrações, etc. Enxergo nesse ser, constituído de tantas qualidades generosas e altruístas, uma entidade divinizada; até possível, mas muito ideal. E como última angústia, pergunto-me qual seria o papel do discente? Como seria a lista contendo suas responsabilidades para com seus educadores, escola, enfim, seus estudos. Quais responsabilidades seriam atribuídas a estes queridos frágeis (porque não podem ser frustrados, embora a psicologia refute esta ideia: frustração = sempre coisa ruim), que precisam de atenção, compreensão, amor, dedicação, MAS, nenhum comprometimento, nem responsabilidades, nem zelo pelo patrimônio público, e principalmente, sem respeito pelo outro, e sem igual responsabilidade de amar o profissional – bom ou ruim – que lhe presta um serviço (capitalista demais, eu sei, mas “real”, não? Esta é a relação vigente mais comum nesta e outras relações), e que age – pelo menos nos primeiros anos de profissão – em nome de uma “coisa maior”, e quase sempre – ou sempre mesmo – imbuído das melhores intenções.
Então penso no verso do poema, que acho que é do Chico Buarque, e nem sei o nome também:

“(...) se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto (...)”
           
             Infelizmente, não posso aprofundar tanto quanto gostaria minhas ideias, pois preciso ser sucinto (como esta ferramenta, o blog, exige), mas creio ter alcançado aqui meu objetivo: expor ideias. Eu, como disse anteriormente, uso este espaço, não a sala, para expressar minhas reflexões e angústias, e estas encerram por aqui.

Atenciosamente, Rodrigo


Aula 23/08/11

Depois de uma revisão dos aspectos da disciplina, houve uma dinâmica para o grupo se conhecer. Todos – sentados em círculo – deveriam escolher uma colega, e dizer sua primeira impressão sobre o escolhido. Acharam-me tímido (rs).
Discussão sobre ‘ensino e aprendizagem’, utilizando-se de dois textos. A sala foi dividia em dois grupos: o primeiro grupo leu ‘Uma professora muito maluquinha’ de Ziraldo; o segundo grupo, que foi deslocado para o laboratório de informática, leu um livreto criado a partir de uma aula inaugural ministrada na FACED, tendo como convidada a professora - dita - leiga Juvany Viana.
As discussões ocorreram com o grupo outra vez reunido. Creio que construímos o ponto de equilíbrio dentro dessa reflexão: ‘o professor deve amar seu ofício, estimular com criatividade a curiosidade dos estudantes, guiando-os no aprendizado dos conteúdos; e vencer os obstáculos que os impeçam (educador e educando) na realização das suas funções’.  
Minhas angústias serão apresentadas aqui, porque não participo em sala, considero-me um tipo “aluno-ouvinte”, pois assim construo melhor meu pensamento.
Sobre o livro do Ziraldo que não foi o lido pelo grupo o qual eu participava, porém que teve seu conteúdo partilhado, minha angústia – simplificadamente - foi:

=>     A professora maluquinha é uma personagem realizada na ficção. Como ser ficcional, pode permear e permeia o ideal, desconsiderando alguns pormenores da dita “vida real”. Por exemplo, aplicando o modelo de educação que acreditava, e que desafiava as hierarquias da cidade, poderia perder o emprego. Acho até que perde no livro. Com as facilidades cabíveis na ficção, pode se mudar de um lugar para o outro, e existir. Meu questionamento neste aspecto se dá no aluguel, na luz, na comida...”vida real” do sistema capitalista. Penso que é preciso cuidado, para que a visão deste educador-ideal não caia no arquétipo do mártir.

No caso do texto lido pelo grupo que eu integrava:


=>  A palavra expressa, muitas vezes, um valor semântico cultural, e – evidentemente – aos sistemas hegemônicos em que esta cultura se insere. Num dado momento da leitura, percebi que todos os arguidores, em suas falas, usavam o termo ‘professora leiga’. Usavam, ou marcavam explicitamente, ainda que inconscientemente, o lugar da convidada? Não sei quem pensou no termo ‘professor leigo’ para designar os professores não formados pela academia, espaço legitimador do conhecimento, mas recomendo a leitura que segue. Segundo o Novo dicionário Aurélio (1 ed, pg 827): grifo meu.
Leigo – (do lat. laicu). Adj. 1 – Que não é clérigo, laical, laico. 2 – Que pertence ao povo cristão como tal e não à hierarquia eclesiástica. 3 – fig. Que é estranho ou alheio a um assunto, desconhecedor.  
Após a leitura das palavras em negrito, acho que se faz desnecessário outros comentários acerca da minha angústia. É notória a incongruência entre a ideia de respeito e igualdade, e a rotulação que segmenta e, porque não dizer, hierarquiza as partes envolvidas naquela aula inaugural. Após a leitura, fiquei com o eco das vozes do texto: “parabéns, professora LEIGA"

Bem, não poderei me estender mais do que já fiz, mas espero ter contribuído para nossa disciplina.

Atenciosamente, Rodrigo