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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Recreio

Sobre as questões da homoafetividade (aula 01/11/11), começarei citando um trecho da música 'À luz de Tieta' do Caetano Velloso;

"Todo mundo quer saber com quem você se deita, nada pode prosperar"

Pronto, está aí a real discussão sobre o tema. Estamos vivendo em um tempo onde, mais que nunca, não estamos transpondo barreira alguma. O que vivemos é a ilusão de transpô-las. Desde que nascemos, somos educados, guiados, ORIENTADOS a nos preocupar com os parceiros alheios. Nada prospera, portanto. Nós temos a OPÇÃO de mudar? Sexo é, como tudo, uma questão de discurso, e sua reflexão uma questão de atitude, frente a essa sociedade religiosa, mesquinha, emburrecida, e - infelizmente (ou por isso mesmo) - sexualmente tosca. Vocês já gozaram na vida?

Outro trecho que vou destacar é o da música "O coco do coco"de Guinga e Aldir Blanc:

"Se tu não peca, meu bem; cai a peteca, neném; vira polícia da xereca da vizinha".

Veja, somos todos "policiais de xerecas". Porque, ao invés de nos preocuparmos com questões realmente significativas, que melhorassem nossa existência nesse mundo, estamos categoricamente discutindo "dar o cu, ou não dar o cu". Eis a questão?????? Eu realmente não posso acreditar no que vejo. Sim, porque eu vejo nas conversas, nos cochichos, nas brincadeiras...vejo gente realmente preocupada com sexo, mas o sexo do outros. Então que preocupem-se, mas façam a gentileza de me retirar da roda.

Se nós trepássemos um pouco mais, e contabilizássemos um pouco menos as trepadas dos outros, talvez começássemos a perceber que NÃO existem gays e héteros, existe GENTE, e suas diferentes ""LIBERDADES" de expressão". "Liberdade", entre aspas, porque o capitalismo (ou mesmo o socialismo) nos impede a completa realização do sentido dessa palavra.

Estou farto das gentilezas da dita maioria da sociedade. Agora você pode casar, mas não pode adotar, não, agora já pode adotar. Eu hein? Quem disse que quero entrar em fluxos hétero-normativos? Sou um ser humano. Não sou uma "coisa" para se pensar sobre. Não adoto, porque não quero filhos me enchendo o saco. E quando me casei, não precisei de papel algum, porque meu legado para os que me cercam será imaterial, e já vem sendo distribuído.

Faço um apelo aos que lerem esse post, desloquem um pouco o olhar, o outro não é sempre tão ruim quanto parece a priori. Diferente é o que é diferente do meu umbigo, percebem essa lógica? Não sou mais diferente que ninguém, nem vejo vantagem ou desvantagem nisso. Vejo o outro. Olho para ele, e mesmo quando ele fala de futebol (que acho assunto inútil), eu ouço e interajo. Enfim, seria melhor se pudéssemos ser menos "policiais de xerecas" e mais amáveis e pacificadores perante às diferenças.

Bom, eu poderia discorrer por muito mais tempo sobre o tema, mas acho que falei o que queria: BASTA de classificações que só segmentam gente de gente. Esse é preto, aquela é mulher, esse é viado, aquele é hétero...quanto atraso de vida!!!!

Atenciosamente,

Rodrigo Lapa   


É o que estou dizendo............

                                                           
                                 Acesso <http://www.youtube.com/watch?v=lueqfPjEQU8>

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